sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Um sonho formativo

Estava lendo o livro Memórias do Oratório de São Francisco de Sales quando deparei-me com um trecho que transcrevo a seguir. Não contém ele ensinamentos para a formação da atual juventude?
O SONHO DE SÃO JOÃO BOSCO AOS 9 ANOS
Nessa idade tive um sonho, que me ficou profundamente impresso na mente por toda a vida. Pareceu-me estar perto de casa, numa área bastante espaçosa, onde uma multidão de meninos estava a brincar. Alguns riam, outros divertiam-se, não poucos blasfemavam. Ao ouvir as blasfêmias, lancei-me de pronto no meio deles, tentando, com socos e palavras, fazê-los calar. Nesse momento apareceu um homem venerando, de aspecto varonil, nobremente vestido. Um manto branco cobria-lhe o corpo; seu rosto, porém, era tão luminoso que eu não conseguia fitá-lo. Chamou-me pelo nome e mandou que me pusesse à frente daqueles meninos, acrescentando estas palavras:
- Não é com pancadas, mas com a mansidão e a caridade que deverás ganhar esses teus amigos. Põe-te imediatamente a instruí-los sobre a fealdade do pecado e a preciosidade da virtude.
Confuso e assustado, repliquei que eu era um menino pobre e ignorante, incapaz de lhes falar de religião. Senão quando aqueles meninos, parando de brigar, de gritar e blasfemar, juntaram-se ao redor do personagem que estava a falar. Quase sem saber o que dizer, acrescentei:
- Quem sois vós que me ordenais coisas impossíveis?
- Justamente porque te parecem impossíveis, deves torná-las possíveis com a obediência e a aquisição da ciência.

 Memórias do Oratório de São Francisco de Sales. São Paulo, Salesiana, 1982, p. 18-21.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Projeto Futuro e Vida - Escola Municipal Eladir Skibinski

O Projeto Futuro e Vida é uma das principais iniciativas sócio-culturais da atualidade promovidas pelo fundador dos Arautos do Evangelho, Mons. João Clá Dias, EP.
Possui um curso preventivo e atua nas escolas públicas e privadas através da música, teatro e esporte, beneficiando crianças e jovens de todas as classes sociais. O Projeto tem como objetivo despertar o senso crítico e de responsabilidade, ajudando os jovens a crescer na capacidade de escolha, autoconfiança e criatividade. Ele procura desenvolver nas escolas o ambiente capaz de auxiliar o amadurecimento sadio, estimulando assim a consciência de uma cidadania ativa e proporcionando aos estudantes uma alternativa pedagógica cultural complementar.

Depois de ser apresentado o Projeto nas escolas, são oferecidas aos sorteados, aulas gratuitas no Centro Juvenil do Projeto Futuro e Vida.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Homenagem aos pais

A comemoração do Dia dos Pais na casa do setor feminino dos Arautos do Evangelho em Joinville foi bem abençoada. As jovens aspirantes e seus pais passaram juntos uma jornada bem cheia, cujo momento de maior densidade foi a celebração da Eucaristia presidida pelo Pe. Mário Sérgio E.P. Hora de muita animação e ocasião de animadas conversas foi a da feijoada, preparada com grande esmero pela Dª Eva, Rose Mereilles, Zelda e Marta Bett. No decorrer do almoço, uma homenagem aos pais, as jovens apresentaram algumas músicas em diferentes idiomas e realizaram um sorteio.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Animais: exemplos do bem e do mal

Um dos modos interessantes pelo qual o homem aprecia a beleza posta por Deus no Universo, consiste em analisar os animais. Mas como analisá-los se não conseguimos vê-los no nosso dia-a-dia e muito menos chegar perto deles? Para isso existem os zoológicos e os aquários.
As estudantes do Colégio dos Arautos do Evangelho em Joinville fizeram, juntamente com alguns professores, uma visita de estudo ao Aquário de São Paulo.








Após observarem os diversos animais e aprenderem sobre seus hábitos e habitats, as jovens também tiraram uma conclusão: Toda a natureza nos fala de Deus e os animais podem ser símbolos de vícios ou virtudes, nos instruindo sobre o bem ou sobre o mal.

























A serpente, por exemplo, é um animal astuto, prudente, esperto mas por sua falsidade, sua nocividade, seu modo de mover-se e de agir, ao ataque velado, traiçoeiro, fulminante - tão fascinante que em certas espécies hipnotiza - é ela bem o símbolo do mal, com todos os encantamentos e toda a felonia da maldade. "Sede, pois, prudentes como as serpentes e simples como as pombas" ( Mt. 10,16).













O jacaré é feio, entretanto, Deus não o privou de uma certa beleza, sua pele depois de tratada é usada como adorno. É um animal individualista, lento, quieto, não se movimenta muito, mas quando é agredido torna-se feroz. Todas as suas energias não consumidas andando, ele as emprega protegendo-se. As pessoas estáveis não são assim?













O tubarão? Esperto, agressivo e criminoso pois para alcançar seu objetivo passa por cima de todos, matando-os.


E o olhar dos peixes? Quando ele encosta no vidro do aquário, tem-se a impressão de que ele nada vê. Aponta-se-lhe os dedos, ele não se movimenta nem reage. São olhos frios e inexpressivos. Assim nos referimos ao olhar das pessoas desinteressadas.




Os animais, todos igualmente bons como obras de Deus, nos instruem sobre o bem e o mal, para que amemos àquele e odiemos a este.



terça-feira, 13 de agosto de 2013

Nossa Senhora morreu?

Em Maria Santíssima está a plenitude de graças e de perfeições possíveis a uma mera criatura. Segundo a bela expressão de Santo Antonino, “Deus reuniu todas as águas e chamou-as mar, reuniu todas as suas graças e chamou-as Maria”.
Desde toda a eternidade, o decreto divino estabelecia o singularíssimo privilégio de ser a Virgem Santíssima concebida livre da mancha original. Privilégio este próprio Àquela que geraria em seu seio o próprio Deus.
Entretanto, transcorrida sua vida nesta terra, o que aconteceria com nossa Mãe? Ela, que havia dado à luz, alimentado e protegido o Menino-Deus, e recebido em seus braços virginais o Corpo dilacerado de seu Filho e Redentor, estava prestes a exalar o último suspiro. Como poderia passar pelo transe da morte aquela Virgem Imaculada, nunca tocada pela mais leve sombra de qualquer falta?
Sem embargo, como o suave declinar do sol num magnífico entardecer, a Mãe da Vida rendia sua alma. Por que morria Maria? Tendo Ela participado de todas as dores da Paixão de Jesus, não quis deixar de passar pela morte, para em tudo imitar seu Deus e Senhor.
De que morreu Maria?
O termo da existência terrena de Maria deveu-se à “força do divino amor e ao veemente desejo de contemplação das coisas celestiais, que consumiam seu coração” 1.
A Santíssima Virgem morreu de amor!
São Francisco de Sales assim descreve esse sublime acontecimento:
“Quão ativo e poderoso (...) é o amor divino! Nada de estranho se vos digo que Nossa Senhora dele morreu, pois, levando sempre em seu coração as chagas do Filho, padecia- as sem consumir-se, mas finalmente morreu pelo ímpeto da dor. Sofria sem morrer, porém, por fim, morreu sem sofrer.
“Oh, paixão de amor! Oh, amor de paixão! Se seu Filho estava no Céu, seu coração já não estava n’Ela. Estava naquele corpo que amava tanto, ossos de seus ossos, carne de sua carne, e ao Céu voava aquela águia santa. Seu coração, sua alma, sua vida, tudo estava no Céu: por que haviam de ficar aqui na terra?
“Finalmente, após tantos vôos espirituais, tantos arrebatamentos e tantos êxtases, aquele castelo santo de pureza e humildade rendeu-se ao último assalto do amor, depois de haver resistido a tantos. O amor A venceu, e consigo levou sua benditíssima alma” 2.
Essa morte de Maria, suave e bendita como um lindo entardecer, a Igreja a designa pelo sugestivo nome de “dormição”, para significar que seu corpo não sofreu a corrupção.

Transcrito, com adaptações, da Revista Arautos do Evangelho agosto 2004
1) D. Alastruey, Tratado de la Virgen Santísima, p. 414.
2) São Francisco de Sales, Obras Selectas, B.A.C., p. 480.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Quanto ganha um rei?

Irmã Ana Lúcia Iamasaki, EP

O rei Rigoberto era extremamente poderoso, pois seus domínios se estendiam das montanhas ao mar. O reino era próspero e havia grande harmonia entre os súditos. Todas as dificuldades de relacionamento surgidas entre os habitantes eram resolvidas na catedral, pelo Bispo do lugar, Dom Edmundo. Homem sábio e santo, não usava ele como argumento de juízo senão os Dez Mandamentos. Desta forma, se sabia onde estava a verdadeira razão nos casos conflituosos e tudo voltava à paz. A cada domingo, as Missas eram bem concorridas. Depois do sermão do Prelado, as filas dos confessionários se enchiam e os padres coadjutores eram testemunhas da imensa virtude e boa vontade daquela tão piedosa população.
Apesar de tudo isso, o rei não era muito dado à Religião. Sempre ia à Missa, é claro! Até tinha um trono no presbitério. Mas não fazia mais do que isso...
Ao contrário dos vassalos e da rainha, não rezava nada e era assaz orgulhoso. Nas reuniões do Conselho Real, manifestava enorme ambição, querendo aumentar mais e mais sua renda e bem-estar particular, nunca estando plenamente satisfeito com os resultados. Nem mesmo o fato de ele não ter inimigos com quem guerrear e sua gente ser de paz o deixava contente.
Em uma clara manhã de primavera, o monarca se despertou decidido a explorar seu vasto território, para vê-lo com os próprios olhos e Em uma clara manhã de primavera, analisar se poderia fazer algo o monarca se despertou decidido a explorar seu vasto território para aumentar seus benefícios pessoais. Mandou arrear o mais belo corcel da cavalariça, vestiu o sedoso traje de montaria de veludo, calçou as lustrosas botas de pelica com as esporas de ouro e adornou-se com sua mais bonita capa, preparando-se para a longa cavalgada. Acompanhado dos pajens e do chanceler real, saiu do palácio a galope.
As flores estavam em pleno vigor e coloriam os jardins. O trigo dourava os campos, as uvas perfumavam as vinhas, os moinhos giravam com a força do vento, esmagando os grãos para a farinha mais fina, e os rebanhos de bois, vacas, cabras e ovelhas pastavam mansos nos extensos e verdes campos de sua propriedade.
O soberano foi ficando animado por ver a beleza e a grandiosidade de suas posses. Contudo, algo o intrigava. Quanto deveria ganhar aquela gente corada e saudável, para trabalhar tão contente? Ele, que tanto possuía, não tinha tal felicidade... Aproximou-se do moleiro e disse:
— Bom dia, senhor moleiro!
Surpreso pela inesperada chegada real, limpando as mãos no avental e tirando o gorro, respondeu ele, com respeito:
— Bom dia, Majestade! A que devo a honra de vossa presença?
— Estou visitando meu vasto e próspero reino. Diga-me uma coisa: quanto ganha um moleiro para trabalhar no meu moinho?
— Ah, Majestade! Ganho 50 moedas reais e uma casinha, onde me abrigo com minha família. Não é muito, no entanto, vivemos bem, pela graça de Deus.
O rei se despediu e esporeou o cavalo, pensando: “Como alguém pode viver feliz com apenas 50 moedas? Isso não dá para nada!”.
Aproximando-se das parreiras carregadas, viu vários vinhateiros na lida: alguns colhiam as uvas, outros trabalhavam no lagar. À chegada de tão nobre personagem, todos tiraram os chapéus de abas largas, fazendo uma reverência. Chamando o capataz, disse:
— Bom dia, jovem!
— Bom dia, Majestade! — respondeu o rapaz, cheio de veneração — Que ares trouxeram tão augusta presença a este lugar?
— Estou inspecionando meus domínios. Diga-me uma coisa: quanto ganham seus subalternos para trabalhar na minha vinha?
— Cada um deles, Majestade, ganha 60 moedas reais e mais uma gratificação pelas horas extras, no tempo da colheita, além da manutenção de suas famílias. Não é tanto, porém, vivemos com certa folga e agradecemos a Deus por não faltar trabalho.
Vendo a fisionomia sorridente de todos eles, despediu-se o monarca, ainda mais intrigado: “Ganham tão pouco e ainda agradecem a Deus?! Como pode ser isso?”.
Ao meio-dia, chegou a um campo aberto, onde pastava um sereno rebanho de ovelhas. Encontrou o pastor com as mãos postas e o olhar elevado, rezando o Angelus. Ao terminar a oração, depois de um solene sinal da cruz, ele se virou para o rei e, fazendo uma inclinação profunda, tirou o chapeuzinho de feltro, dizendo com um franco e sincero sorriso:
— Majestade! Que surpresa!
— Bom dia, senhor pastor! Estou percorrendo minhas propriedades. Diga-me uma coisa: quanto ganha um pastor para guardar o meu rebanho?
Olhando fixamente para o soberano, respondeu ele com firmeza:
— Um pastor em vossos campos, Majestade, ganha o mesmo que o rei!
Tendo um sobressalto, este redarguiu:
— Como se atreve a dizer isso?! Um pastor não pode ganhar muito mais do que um moleiro ou um vinhateiro, e eles não passam nem perto dos lucros do rei! Sabe você quanto ganha um rei?
— Ora, Majestade. Com meu trabalho e minha vida, o que ganho eu é o Céu ou o inferno, dependendo de minha conduta. Vossa Majestade não pode ganhar nem mais, nem menos...
Ante tal resposta, o monarca caiu em si e compreendeu não ter valor nesta vida senão o que nos prepara para a outra... Mais importa ajuntar tesouros no Céu! E era isso o que fazia seu povo, razão de tão autêntica alegria.
Voltando para o palácio, o rei apeou do cavalo e dirigiu-se a pé para a catedral, a fim de buscar o santo Bispo, pois queria fazer uma boa Confissão e retomar a vida de piedade, abandonada há tanto tempo. Agora desejava entesourar no Céu e ser feliz! Os bons exemplos que passou a dar, a partir de então, não só lhe trouxeram proveito para si, senão mais graças e prosperidade para o povo e para o reino.




















Todas as boas obras reunidas não igualam o valor do Sacrifício da Missa, porque aquelas são obras de homens, enquanto a Santa Missa é obra de Deus. (São João Maria Vianney)

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A oração do Santo Rosário


Encontramos na Mensagem de Fátima maternais palavras de esperança da Mãe de Deus e o meio que Ela põe a nosso alcance para solucionar a crise contemporânea: “Rezai o Rosário todos os dias, para alcançar a paz”.

- Mas, é só isso? Nossa Senhora apareceu e e fez o milagre do sol apenas para pedir que rezemos?

Sim, essa é a grande profecia. Porque se tivermos em nossas mãos as contas do Terço, a guerra se afastará do mundo, a humanidade abandonará o pecado, a paz reinará na terra, nas famílias e nas consciências, e a previsão de Nossa Senhora se realizará: “Por fim, meu Imaculado Coração triunfará”.

Várias jovens do projeto Futuro e Vida estiveram no centro juvenil dos Arautos do Evangelho para participar das atividades: 


Uma exposição sobre a importância do Rosário













Uma animada "caça ao tesouro"


























A Santa Missa

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Quantas belas coisas fez para nós o Senhor!














É agradável aos sentidos a contemplação da natureza, trazendo consigo bem-estar e tranquilidade de alma. Sendo chamado a contemplar a Deus em todas as coisas, o ser humano vê na beleza da criação um reflexo da perfeição divina.
São João Bosco, magnífico mestre da juventude, aprendeu a se aprofundar nessa via de conhecimento, utilizando-a como método de ensino com os seus pupilos. Extraímos um pequeno trecho de sua pedagogia relatada em sua biografia.1
“É também dever do educador ajudar o educando a se aperfeiçoar no sentimento do belo. Esse sentimento é natural, mas deve desenvolver-se e aperfeiçoar-se.
“Toda criança deve capacitar-se para apreciar as belezas da natureza, da arte, da religião.
“Recordo que, quando era menino, minha mãe ensinava-me a alçar o olhar para o céu e a observar as maravilhas do campo.
“Nas noites serenas e estreladas, levava-nos ao campo e, mostrando-nos o céu, dizia-nos: ‘É Deus quem criou o mundo e pôs lá em cima tantas estrelas tão belas. Se tão belo é o firmamento, como não será o Paraíso?’
 “E ao chegar a primavera, quando o raiar da aurora aparecia na campina recamada de flores, exclamava: ‘Quantas belas coisas fez para nós o Senhor!’
1 Biografia y Escritos de San Juan Bosco, BAC, Madrid, 1955, p. 438











Visita das jovens aspirantes dos Arautos do Evangelho - Joinville ao Parque Malwee em Jaraguá do sul.


Segundo o mesmo santo educador deve-se também criar um ambiente de alegria para os jovens a fim de levá-los, com a graça divina, a amar a Deus com gáudio.