A vida de Santa Catarina de Alexandria foi narrada através
de encenações teatrais às jovens do Projeto Futuro e Vida que a acompanharam com vivo interesse . Apresentamos abaixo
a história da santa com as fotos do teatro.
Narradora: Existia em Alexandria uma nobre jovem,
que além de sua beleza e cultura resplandecia por sua sabedoria, pureza e
outros inúmeros privilégios com que Deus havia adornado sua alma.
Certa vez,
Santa Catarina rezava nos aposentos reais, ouviu um enorme tumulto do exterior
do palácio. Espantada com a horrível agitação pediu a sua serva que verificasse
o que estava acontecendo. Soube, então, tratar-se de um edito do imperador,
pelo qual todos deveriam oferecer incenso aos ídolos ou serem severamente
castigados.
Santa
Catarina, zelosa pelas coisas do Senhor não podia admitir que o erro se
difundisse e a verdade fosse esquecida. Decidiu partir em direção ao Palácio
imperial para contrapor o imperador e obrigá-lo parar com a idolatria.
Cena I
(Santa
Catarina chega ao palácio e se depara com os sacrifícios idolatras. Enche-se de
santa indignação e se dirige ao imperador).
Santa Catarina: É dessa forma que retribuis a Deus o
tão alto cargo que Ele vos confiou, conduzindo vossos súditos a eterna
condenação de suas almas? Não vedes que esses ídolos não passam de tolices e
loucuras? Contemplai o céu, a lua e o mar e compreendei com que submissão
seguem as leis a eles conferidas e quão maior é Aquele que os criou. Adorai ao
Deus único e verdadeiro e ensinai a todos este meio de salvação.
(O
imperador escuta atentamente e admirado não tem argumentos para refutar. De
repente se enfurece novamente)
Imperador: Basta mulher, quem és tu para
dirigir-te a mim desta maneira? De onde vens e onde recebeste tanta sabedoria,
a que família pertences?
Santa Catarina: Declararei a nobreza de minha linhagem
não por vaidade, senão por amor a verdade. Meu nome é Catarina, a filha única
do rei Costo. Possuo uma elevada cultura adquirida mediante muito estudo, mas
tudo isso nada me importa. O que me interessa é meu Senhor Jesus Cristo a cujo
amor vivo consagrada. Como é possível que continueis a adorar esses estúpidos
deuses que nunca vos socorrerão nem ajudarão nas necessidades?
Imperador: Sendo assim, isso significa que estamos
equivocados e só tu dizes a verdade? Pretendes que demos atenção às tuas
palavras, tu que és uma simples mulher?
Santa Catarina: Um imperador sábio não se deixa
perturbar. Lembrai-vos o que disse o poeta “Se seguires o ditado da razão, te
comportarás como um rei; mas, se te deixares influenciar pelas paixões do
corpo, atuarás como um escravo”.
Imperador: Parece-me que és astuta e que queres
nos enganar com essa tua malvada habilidade de citar filósofos. Pois bem,
aguarde e verás o que tenho preparado para ti.
Cena
II
Narradora: O imperador compreendeu que para sustentar
um debate contra a jovem Catarina seria necessário reunir os mais famosos
sábios e filósofos do Império. À chamada de César, acudiram à cidade cinquenta
oradores célebres por sua sabedoria. Ao saber o que tramara o imperador, Catarina
se encomendou ao Senhor dizendo:
Santa Catarina: Senhor, bem sei que a sabedoria deste
mundo é loucura ante vossos olhos, por isso peço-Vos que me envieis um raio de
vossa sabedoria para iluminar os olhos de todos e mostrar que não existe outro
Deus fora de Vós, Senhor. Vós abominais os lábios mentirosos, portanto, não
posso permitir que tantos homens vivam na mentira, enganados pelos cultos
pagãos.
(De
repente, se aproxima o Anjo por trás e a toca no ombro).
Anjo: Coragem! Não tenhas medo. Defenda tuas
convicções com serenidade e firmeza, pois Deus se agradou muito com a
veracidade de teus atos. Tu convencerás teus inimigos e os prepararás para o
martírio.
Santa Catarina: Se Deus está comigo nada tenho a temer,
nem mesmo as dores do martírio. Lutarei em defesa da fé, justiça e
verdade.
Cena
III
(O
sábio entra e se senta no público, fingindo que o todo o público é sábio).
Sábio:
Nossa! Quantos sábios vieram até aqui
para combater os argumentos de uma mera jovenzinha. Como pode ter ocorrido isso
a nosso imperador! Fazer vir desde os lugares mais remotos da terra, a nós, os
sábios mais famosos do mundo para disputar com uma menina que nem sabe o que
diz!
(Abre
as cortinas. Entra o soldado com Santa Catarina levando-a ao imperador).
Imperador: Essa jovem diz que nossos deuses são
demônios. Se conseguirdes refutar tais afirmações vos darei a recompensa
prometida.
Santa Catarina: Mesmo estando sozinha contra cinquenta
oradores, nada temo. Competirei, triunfarei e receberei a meu Senhor Jesus
Cristo, Deus feito Homem, que é a recompensa dos que por Ele combatem.
Narradora: Durante o debate, muitos sábios
levantaram diversas teses negando a doutrina por ela defendida. Tal foi a
sabedoria e segurança empregadas por Catarina que, em certo momento, os
adversários foram obrigados a guardar silêncio, pois nenhum deles sabiam
contestar suas perguntas. A vista disso, o imperador ficou terrivelmente
enfurecido.
Imperador: (Falando aos sábios). Não tendes vergonha de terem sido derrotados
desta forma por esta menina?
Sábio: Até hoje nunca havíamos (dirigindo-se
ao público) perdido um debate. Mas a esta donzela, por quem fala o
espírito de Deus, não fomos capazes de derrotar. Agora cabe a vós nos
demonstrar se nossos deuses superam ao da jovem, caso contrário, nos
converteremos ao cristianismo.
Imperador: Basta! Ainda hoje todos vós, ignorantes
e traidores, serão queimados vivos na praça principal.
(Soldado
pega o sábio e o leva embora, mas antes ele diz:)
Sábio: Morrerei, mas não em vão. Graças a
esta jovem encontrei o verdadeiro Deus e irei a seu encontro.
Narradora: Um grande milagre então sucedeu. Ao
serem jogados na fogueira, Após terem feito um sinal da cruz, morreram, porém,
seus corpos não foram consumidos pelas chamas.
O tirano imperador, depois do fato
ocorrido, quis falar novamente com a virginal Catarina.
Imperador: Ó virtuosa donzela, em virtude dos
fatos, decidi levar-te em meu palácio para que ocupes o cargo de primeira dama
e terás todo poder abaixo da imperatriz. Serás como uma deusa...
Santa Catarina: (interrompendo-o) Não
pronuncieis semelhantes bobagens. Eu sou consagrada a Cristo e jamais o
abandonarei em troca de glórias terrenas.
Imperador: (Furioso, se dirige ao soldado) Joguem-na no calabouço com correntes de
ferro e não permitam que se comunique com ninguém nem que receba alimento
algum.
Narradora: Catarina foi cruelmente flagelada e foi
levada a um escuro calabouço. Enquanto sofria as torturas da masmorra, unidas à
fome, o imperador teve que ausentar-se de Alexandria e viajar a outra região
por questões urgentes. A imperatriz, que sentia imensa simpatia pela santa
prisioneira, secretamente se dirigiu à prisão onde ela se encontrava,
acompanhada de uma de suas damas, a que mais confiava. Ficou surpreendida ao
ver o ambiente inundado de luz e anjos que acompanhavam e curavam as chagas da
jovem Catarina.
Ambas iniciaram uma longa conversa, por onde a Santa expôs a
doutrina cristã levando, assim, a imperatriz à conversão. Revelou-lhe, também,
que receberia uma coroa superior a imperial, a do martírio.
Enquanto regressavam, a imperatriz disse à dama que não
contasse a ninguém o que havia ocorrido naquela noite. A dama, por sua vez,
jurou fidelidade.
Cena IV
Dama: (fala consigo mesma)
Que ótima fortuna juntei roubando moedas da imperatriz. Ela nem suspeita e
continua confiando inteiramente em mim.
Hoje não fiz nada, além de pensar nessa fanática miserável que está atraindo todas
as atenções. É uma estúpida com essa carinha de inteligente. É uma lunática,
seus dias estão contados. Mas e a
imperatriz... Onde vai terminar essa história de conversão? Ontem ela adotou
essa estúpida religião e o imperador não vai gostar nada dessa história...
Cena
V
Imperador: Que notícias trazes de Catarina? Está
morta?
Dama: Não. Disse-me o carcereiro que está
melhor do que nunca. Seria normal que depois de doze dias abandonada à fome
estivesse à beira da morte.
Imperador: Não é possível! Alguém a alimentou
durante minha ausência. Quem foi o traidor?
Dama: Sinto-me na obrigação de advertir-te
sobre a traição. Dói-me profundamente dizer que o traidor está mais próximo do
que imaginas. Tenho certeza que foi a... Imperatriz.
Imperador: Chamai a Imperatriz.
(Entra
a Imperatriz)
Imperador: Sei que foste tu que alimentaste Catarina
durante minha ausência. Mesmo sendo minha esposa sofrerás a pena de alta
traição.
Imperatriz: Prometo que a jovem não recebeu nenhum
alimento de minhas mãos. Se está até agora com saúde foi porque Deus
recompensou sua fidelidade.
Imperador: Como ousas desprezar desta forma a
nossos deuses?
Narradora: Cego de ira o imperador obrigou a sua
esposa a oferecer sacrifício aos deuses, e como ela se negou mandou
decapitá-la, alcançando, assim, a coroa do martírio.
O imperador,
então, oferece a Catarina o lugar de imperatriz, mas esta mantendo-se fiel nega
assumir o cargo. Rangendo os dentes de raiva, manda Catarina ao martírio que
consistia em 4 rodas que giravam em altíssima velocidade com agudíssimos cravos e serras dentadas. A Santa, percebendo o pavor com que
os outros tomariam tal morte, pediu a Deus a destruição do instrumento de
tortura, para assim não perderem a coragem de também morrerem em defesa da fé.
Quando as rodas começaram a girar, Deus enviou um anjo que
as destruiu de tal maneira que seus destroços, lançados por todos os lados,
mataram cerca de quatro mil pagãos que lá estavam para assistir a execução.
Diante de tal milagre, o imperador mandou que Catarina fosse decapitada.
Santa Catarina: (de joelhos): Agora posso dizer como São Paulo:
Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora receberei a
coroa da justiça que o Senhor, justo juiz me tem reservado. À Ele o louvor e a
glória para sempre.