sábado, 30 de agosto de 2014

Incentivando a piedade

Quem poderia imaginar que a palavra de um homem, que não tem, naturalmente, a força de levantar da terra uma palha, receberia da graça o poder surpreendente de fazer descer do Céu o Filho de Deus?
A voz do sacerdote, sendo instrumento de Cristo no ato da consagração, O reproduz de um modo novo e admirável, quer dizer, sacramentalmente e isto tantas vezes quantas consagra.
O bem-aventurado João, o Bom, de Mântua, levou um eremita seu companheiro a compreender esta verdade. Este não conseguia persuadir de que a palavra de um padre tivesse o poder de mudar a substância do pão, no Corpo de Jesus cristo, e a do vinho em seu Sangue; e, o que é mais deplorável, tinha cedido a essa tentação diabólica. O servo de Deus percebeu o erro do companheiro, e, conduzindo-o a beira de uma fonte, aí encheu de água uma taça e deu-lhe de beber.
Depois de sorver toda a água, o outro confessou que jamais, em toda a sua vida, provara um vinho tão delicioso. Então João, o Bom, disse-lhe: “Não vedes o milagre, meu querido irmão? Se, por meio de um miserável como eu, a água se mudou em vinho pela onipotência divina, quanto mais deveis crer, por meio das palavras do sacerdote, que são palavras de Deus, o pão e o vinho mudam-se no Corpo e Sangue de Jesus Cristo? Quem ousaria jamais pôr limites à onipotência de Deus?
Bastou isso para dissipar o engano do eremita, que, expulsando de seu espírito toda a dúvida, fez grande penitência por seu pecado. (LEONARDO DE PORTO-MAURÍCIO. AS EXCELÊNCIAS DA SANTA MISSA)

No intuito de incentivar a piedade, foi apresentada uma peça teatral sobre a importância da Santa Missa. As jovens do Projeto Futuro e Vida assistiram-na com muita atenção.

sábado, 23 de agosto de 2014

Só para Te ver...

Na pequena cidade de São José de Monte Verde, vivia um homem muito rico chamado Joaquim. Fazendeiro, possuía muitas terras, centenas de bois e uma bela casa na cidade. Mas tinha um grave defeito: era bastante mesquinho e não gostava de nada que se referisse à religião.
Na casa de Joaquim vivia uma criança muito piedosa e engraçadinha, chamada Zita. Era filha de Sara, a fiel governanta, cuja mãe, por sua vez, já tinha servido à família na fazenda. A menina, muito esperta e diligente, sabia de cor todo o serviço que deveria fazer para ajudar à mãe.
Sara era muito religiosa e ensinara Zita a rezar desde pequenina. Nas horas de folga, levava-a à matriz de Nossa Senhora do Perdão e ali passavam horas rezando, venerando as imagens e admirando as pinturas das paredes e do teto da bela igrejinha colonial.

domingo, 17 de agosto de 2014

Teria morrido Maria Santíssima?

É sabido que no Céu, em corpo e alma, encontram-se Jesus, “primogênito dentre os mortos” (Ap 1, 5), Maria, que como criatura puramente humana está muito mais próxima de nós, e, segundo uma sólida linha teológica, também José.1 Ignoramos se Maria morreu ou não, pois a Santa Igreja até hoje se absteve de defini-lo. Quando Pio XII definiu o dogma da Assunção de Nossa Senhora, eludiu essa questão ao incluir a seguinte fórmula na Constituição Apostólica Munificentissimus Deus: “A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminando o curso da  vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”.2 Não determina, portanto, se Ela passou pelo transe da morte, para ressuscitar em seguida ou se, livre desta, subiu ao Céu em corpo e alma, como sucederia com a humanidade no Paraíso Terrestre, caso nossos primeiros pais não tivessem desobedecido. Essa transição devia-se a um privilégio pelo qual, segundo São Tomás, a alma “possuía uma força dada sobrenaturalmente por Deus, graças à qual podia preservar o corpo de toda a corrupção, enquanto permanecesse ela mesma submetida a Deus”.3 No entanto, em decorrência da queda de Adão e Eva todos estamos sujeitos à morte e até o próprio Cristo quis padecê-la.
Em face disso, surgem duas correntes na mariologia: uma sustenta que Nossa Senhora não podia deixar de experimentar as dores da morte, uma vez que era chamada a seguir seu Divino Filho em tudo. Outros afirmam que Nosso Senhor A teria livrado da morte, como A livrou também da mancha do pecado. Dado que a Igreja não se pronunciou a respeito disso, pode-se optar por uma ou outra tendência. Particularmente, o Autor é favorável à tese de que deveria existir ao menos uma criatura que realizasse o plano original do Paraíso. Caberia impor a separação da alma e do corpo Aquela que, ao acompanhar Nosso Senhor no Calvário, já havia sofrido muito mais do que os tormentos da própria morte? De qualquer forma, Cristo levou consigo ao Céu a Arca que deu origem à sua humanidade santíssima, como reza o Salmo: “Subi, Senhor, para o lugar de vosso pouso, subi com vossa Arca poderosa!” (Sl 131, 8).
Este dia que a Igreja nos convida a ter presente a figura de Maria assunta ao céu, nos enche de esperança, pois também nós, embora concebidos no pecado, fomos criados com vistas à ressurreição e chamados a gozar um dia da glória do Céu, dessa sublime realidade que hoje contemplamos com os olhos da fé.
1) Cf. SAO FRANCISCO DE SALES. Entretien XIX. Sur les vertus de Saint Joseph. In: OEuvres Complètes. Opuscules de spiritualité. Entretiens spirituels. 2.ed. Paris: Louis Vivès, 1862, t.III, p546; LLAMERA, OP, Bonifacio. Teología de San José. Madrid: BAC, 1953, p.629-630
2) PIO XII. Munificentissimus Deus, n.44.
3) SAO TOMAS DE AQUINO. Suma Teológica. I, q.97, a.1.
Texto extraído do livro O inédito sobre os Evangelhos V.7 de Mons João Clá Dias.


terça-feira, 12 de agosto de 2014

Visita à cidade mais antiga de Santa Catarina

Colonizada por portugueses, São Francisco do Sul é a cidade mais antiga de Santa Catarina e a terceira cidade mais antiga do Brasil. E, também, foi nessa cidade que começou o processo de colonização do sul.
Em um passeio a essa cidade, as jovens do Projeto futuro e Vida conheceram um pouco mais da história do nosso país, visitaram vários monumentos históricos e apreciaram o mar e a beleza natural da região.

Um dos locais visitados foi a Igreja Matriz Nossa Senhora da Graça, de 1699, construída por escravos e pelo povo do lugar, com argamassa e óleo de baleia. No interior da igreja, as jovens rezaram em frente a imagem da padroeira, trazida pelos espanhóis, que ergueram uma capela em sua homenagem e em agradecimento após terem sido salvos de um temporal.

domingo, 10 de agosto de 2014

O Vale das Cruzes

Mestre Schmerzen ergueu o martelo lentamente, olhou o pequenino prego que segurava na mão esquerda, corrigiu a pontaria e desferiu um rápido golpe... acertando em cheio o dedo polegar.
— Aiii!
Deu um salto e, nesse movimento brusco, derrubou uma lata de tinta para couros colocada ao seu lado. O líquido negro respingou nos móveis e em vários sapatos, esparramou-se pelo chão e começou a entrar pelas frestas do assoalho. Poucas tintas são tão penetrantes como a usada para tingir couros, e ele sabia bem disso. Sua oficina de mestre sapateiro estava um desastre completo.
Cinco pares de sapatos perdidos! E a lata que caíra era justamente a da tinta mais cara! Oh! Olhou desanimado para as botas e sapatos empilhados na prateleira, seu avental sujo, suas mãos pretas de tinta. Vendo pela janela o filho mais velho que chegava de Würsburg a cavalo, com mais um pacote de couro, pensou mal-humorado: “Infeliz! Está condenado a ser outro sapateiro encardido como eu, e passar a vida entre couros mal-cheirosos e tintas pegajosas”.
Na hora do almoço, mestre Schmerzen permaneceu calado. Prestava atenção na esposa, movendo-se de um lado para outro na cozinha. Ela era encantadora quando moça. Mas agora...
Pela tarde, esqueceu aberta a portinhola da oficina, e os filhos pequenos ali entraram para brincar, sujaram-se e puseram tudo em desordem. Enquanto, furioso, ele os empurrava para fora, lamentava-se: “É... não tenho dinheiro nem para montar uma oficina separada da residência”.
Mestre Schmerzen estava ranzinza e continuava a lamuriar-se. A vida lhe parecia insuportável! No fim da tarde, resolveu ir desabafar seus azares com o primo, dono da pequena cervejaria estabelecida a poucos metros da sapataria. Gorducho e bonachão, enquanto servia um caneco de cerveja bávara para outro freguês, o primo o aconselhou:
— Ora... Pare de reclamar, Schimmy! Você está vendo tudo “cinzento” hoje! Nesta vida, cada um precisa carregar a sua cruz. Carregue a sua com ânimo!...
O argumento do primo não o convenceu. Ele pôs o chapéu na cabeça, despediu-se e saiu, dizendo para si mesmo: “Cruz... Cruz... Sim, cada um tem a sua, mas a minha é tão pesada!” Resmungando saiu da cervejaria, resmungando entrou em casa, e à noite, já deitado, murmurava: “É verdade, cada um deve carregar sua cruz, mas Deus bem podia arranjar-me uma mais leve!”
* * *
Por fim, mestre Schmerzen adormeceu. No meio da noite, sentiu que o cobertor não protegia seus ombros, e, com os olhos ainda fechados, começou a tatear para encontrá-lo. Nada. Abriu os olhos, levantou-se e percebeu que não estava mais em sua casa. Aos poucos, a escuridão foi desaparecendo, e então ele viu à sua frente um jovem alto, vestido de branco e com grandes asas nas costas. Seria mesmo um anjo?
— Sim, sou o seu Anjo da Guarda. Deus ouviu as suas reclamações. Dê uma olhada ao redor.
O mestre sapateiro, então, observou que se encontrava no centro de um imenso vale cercado de altas montanhas. Ao longe, avistou algo parecido com um bosque, mas constituído de árvores e arbustos singulares: de tronco muito reto e aparentemente sem folhas.
— Não são árvores, Schmerzen. Vamos vê-las mais de perto.
Puseram-se a caminhar, e quando se aproximaram, notou que se tratava de... cruzes. Milhares delas. Talvez milhões. De todos os tamanhos e formatos. Claras, escuras. Umas de madeira, outras de metal, umas lisas, outras ásperas. Schmerzen ficou impressionado com a variedade: não havia sequer duas iguais, todas eram diferentes umas das outras. E cada uma trazia escrito o nome da pessoa a quem pertencia.
— Neste vale, Deus guarda a medida dos sofrimentos reservados por Ele para cada homem, cada mulher. É o Vale das Cruzes. E como você se queixou tanto do peso da sua, o Altíssimo lhe permite escolher outra. Vá... procure à vontade e pegue a que quiser.
Schmerzen ficou inseguro por um instante, mas, lembrando-se de todas as amarguras de sua vida, embrenhou-se por aquela floresta de cruzes. Evitou as grandes e vasculhou a região onde se encontravam as menores. Pegou uma: pareceu-lhe muito áspera. Experimentou outra: tinha as arestas muito agudas. Após algum tempo de procura, encontrou uma bem pequena, mas, sendo de chumbo, pesava mais que as outras. Por fim, quase tropeçou numa minúscula. Ergueu-a: não tinha mais de um palmo de altura, era de madeira muito leve, bem lisa e sem pontas. Oh, sem dúvida, a cruz ideal! Agarrando-a com firmeza, como se alguém pudesse querer apossarse dela, disse ao Anjo:
— Quero esta aqui!
— É mesmo esta? Pois bem, meu amigo... leia o que está escrito nela.
O sapateiro colocou-a bem diante dos olhos e, com espanto, leu o nome: Mestre Schmerzen! Essa cruz, a mais leve, a mais lisa, a menos incômoda de todas, era a sua, da qual ele tanto se queixava!
* * *
Um grito de vergonha e espanto saltou de sua garganta e... o despertou. Cheio de suor e com o coração disparado, mestre Schmerzen estava ainda deitado em sua cama. Levantou-se, foi correndo abrir a janela e exclamou, ao ver o resplandecente sol de primavera:
— Que dia bonito!
Mas então se deu conta de que era um dia exatamente como o anterior: o mesmo sol, a mesma primavera; em frente da janela, o filho mais velho, assobiando contente, descarregava mais alguns pacotes de couro. “Na verdade — pensou —, meu filho é dos poucos rapazes da cidade que têm emprego garantido”. O ruído das crianças brincando perto da oficina trouxe-lhe à mente outro raciocínio otimista: “Afinal, é uma grande vantagem trabalhar ao lado de casa, pois assim posso estar o dia inteiro junto à minha família”.
Da cozinha, subia o cheiro delicioso do café da manhã... E a voz da esposa:
— Schmerzen, meu bem... Venha logo, seus ovos mexidos vão esfriar!
“É... ela já não é mais a jovem de outrora — ponderou o mestre sapateiro —, mas é tão bondosa... E como cozinha bem!” Saindo da janela, percebeu que a pequena cruz estava sobre o criado-mudo. O Anjo ali a deixara, como lembrança...
Schmerzen tomou-a em suas mãos, olhando-a por alguns instantes, pensativo. Osculou-a, colocou-a reverentemente sobre a mesinha e, assobiando alegre, desceu para o café, e para continuar a vida.

Martha Lucía Ovalle - Revista Arautos do Evangelho n. 59 nov 2006

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Azambuja

Em 1875, famílias vindas de Treviglio, na Itália, resolveram levantar uma capela em honra de Nossa Senhora - Madonna de Caravaggio - no Vale do Azambuja, a três km de Brusque, onde se fixaram. No altar principal foi colocado o quadro de Nossa Senhora de Caravaggio. Atualmente, este quadro se encontra na gruta anexa ao Santuário sob a invocação de Nossa Senhora de "Azambuja". Azambuja tornou-se um centro de romarias onde os fiéis devotos recebem muitas graças.
No intuito de aumentar a piedade nas jovens que frequentam nosso centro juvenil, o setor feminino dos Arautos do Evangelho promoveram uma peregrinação até o Santuário de Azambuja.

As jovens aproveitaram também para conhecer um pouco mais de história, visitando o museu Arquidiocesano Dom Joaquim, um dos mais ricos acervos em exposição no Estado de Santa Catarina.