quarta-feira, 26 de março de 2014

MARIA NOS TROUXE A SALVAÇÃO EM NAZARÉ


Com suas ruas estreitas e calmas, aquela pequena cidade nos convida a esquecer um pouco o barulho e o corre-corre de nossos dias. As casas dão diretamente para a rua, deixando entrever seu interior através das janelas abertas. Ao passar diante de algumas delas, podemos até ouvir pontas de conversas entre seus moradores, o ruído de panelas na cozinha, o aroma delicioso da refeição quase a ser servida.
Nesta acolhedora e pacata localidade deparamos com uma modesta habitação. Seus ocupantes se desposaram há pouco: Maria e José, da Casa do rei David. Sim, estamos em Nazaré, dois mil anos atrás. Quem passe pela rua e veja essa casinha de tijolos aparentes, tão simples, tão pobre, não é capaz de imaginar que ali vai se passar o maior acontecimento da história da humanidade: a Encarnação de Jesus Cristo.
Maria, jovem de celestial formosura, de uma pureza angelical e uma delicadeza de coração incomparável, reza em seu quarto, ao entardecer. Pensa em como deve ser o Messias prometido pelos profetas: seu rosto, suas mãos, seu olhar. Pensa naquela mulher, privilegiada aos olhos de Deus, que deve ser a mãe do Salvador. Em sua profunda humildade, deseja ser escrava dessa excelsa criatura, digna de ser a Mãe de Deus. Pede ao Senhor que antecipe sua vinda para a Salvação da humanidade.
Estando Maria absorta nestas considerações, aparece-Lhe um Anjo resplandecente de luz. É São Gabriel, que lhe diz:
“Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres.
E ela, tendo ouvido estas coisas turbou-se com as suas palavras, e discorria pensativa que saudação seria esta.” (Lc. 1, 26-29)
A prudência pede-lhe reflexão. Medita profundamente. Sem fixar os olhos, observa seu celeste mensageiro, num misto de temor e respeito, pois, segundo a tradição judaica, a visão de um anjo é anúncio de morte.
“E o anjo disse-lhe: Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus; eis que conceberás no teu ventre, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de JESUS. Este será grande, será chamado filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu Pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó; e o seu reino não terá fim.” (Lc. 1, 30-33)
Carlota Crippa – Revista Arautos do Evangelho n.3. mar 2002


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