sexta-feira, 2 de maio de 2014

Santa Catarina de Alexandria

A vida de Santa Catarina de Alexandria foi narrada através de encenações teatrais às jovens do Projeto Futuro e Vida que a acompanharam com vivo interesse . Apresentamos abaixo a história da santa com as fotos do teatro. 
Narradora: Existia em Alexandria uma nobre jovem, que além de sua beleza e cultura resplandecia por sua sabedoria, pureza e outros inúmeros privilégios com que Deus havia adornado sua alma.
         Certa vez, Santa Catarina rezava nos aposentos reais, ouviu um enorme tumulto do exterior do palácio. Espantada com a horrível agitação pediu a sua serva que verificasse o que estava acontecendo. Soube, então, tratar-se de um edito do imperador, pelo qual todos deveriam oferecer incenso aos ídolos ou serem severamente castigados.
         Santa Catarina, zelosa pelas coisas do Senhor não podia admitir que o erro se difundisse e a verdade fosse esquecida. Decidiu partir em direção ao Palácio imperial para contrapor o imperador e obrigá-lo parar com a idolatria.
                                                      Cena I
(Santa Catarina chega ao palácio e se depara com os sacrifícios idolatras. Enche-se de santa indignação e se dirige ao imperador).
Santa Catarina: É dessa forma que retribuis a Deus o tão alto cargo que Ele vos confiou, conduzindo vossos súditos a eterna condenação de suas almas? Não vedes que esses ídolos não passam de tolices e loucuras? Contemplai o céu, a lua e o mar e compreendei com que submissão seguem as leis a eles conferidas e quão maior é Aquele que os criou. Adorai ao Deus único e verdadeiro e ensinai a todos este meio de salvação.
(O imperador escuta atentamente e admirado não tem argumentos para refutar. De repente se enfurece novamente)
Imperador: Basta mulher, quem és tu para dirigir-te a mim desta maneira? De onde vens e onde recebeste tanta sabedoria, a que família pertences?
Santa Catarina: Declararei a nobreza de minha linhagem não por vaidade, senão por amor a verdade. Meu nome é Catarina, a filha única do rei Costo. Possuo uma elevada cultura adquirida mediante muito estudo, mas tudo isso nada me importa. O que me interessa é meu Senhor Jesus Cristo a cujo amor vivo consagrada. Como é possível que continueis a adorar esses estúpidos deuses que nunca vos socorrerão nem ajudarão nas necessidades?
Imperador: Sendo assim, isso significa que estamos equivocados e só tu dizes a verdade? Pretendes que demos atenção às tuas palavras, tu que és uma simples mulher?
Santa Catarina: Um imperador sábio não se deixa perturbar. Lembrai-vos o que disse o poeta “Se seguires o ditado da razão, te comportarás como um rei; mas, se te deixares influenciar pelas paixões do corpo, atuarás como um escravo”.
Imperador: Parece-me que és astuta e que queres nos enganar com essa tua malvada habilidade de citar filósofos. Pois bem, aguarde e verás o que tenho preparado para ti.
Cena II
Narradora: O imperador compreendeu que para sustentar um debate contra a jovem Catarina seria necessário reunir os mais famosos sábios e filósofos do Império. À chamada de César, acudiram à cidade cinquenta oradores célebres por sua sabedoria. Ao saber o que tramara o imperador, Catarina se encomendou ao Senhor dizendo:
Santa Catarina: Senhor, bem sei que a sabedoria deste mundo é loucura ante vossos olhos, por isso peço-Vos que me envieis um raio de vossa sabedoria para iluminar os olhos de todos e mostrar que não existe outro Deus fora de Vós, Senhor. Vós abominais os lábios mentirosos, portanto, não posso permitir que tantos homens vivam na mentira, enganados pelos cultos pagãos.
(De repente, se aproxima o Anjo por trás e a toca no ombro).
Anjo: Coragem! Não tenhas medo. Defenda tuas convicções com serenidade e firmeza, pois Deus se agradou muito com a veracidade de teus atos. Tu convencerás teus inimigos e os prepararás para o martírio.
Santa Catarina: Se Deus está comigo nada tenho a temer, nem mesmo as dores do martírio. Lutarei em defesa da fé, justiça e verdade. 

Cena III
(O sábio entra e se senta no público, fingindo que o todo o público é sábio).
Sábio: Nossa! Quantos sábios vieram até aqui para combater os argumentos de uma mera jovenzinha. Como pode ter ocorrido isso a nosso imperador! Fazer vir desde os lugares mais remotos da terra, a nós, os sábios mais famosos do mundo para disputar com uma menina que nem sabe o que diz!
(Abre as cortinas. Entra o soldado com Santa Catarina levando-a ao imperador).
Imperador: Essa jovem diz que nossos deuses são demônios. Se conseguirdes refutar tais afirmações vos darei a recompensa prometida.
Santa Catarina: Mesmo estando sozinha contra cinquenta oradores, nada temo. Competirei, triunfarei e receberei a meu Senhor Jesus Cristo, Deus feito Homem, que é a recompensa dos que por Ele combatem.
Narradora: Durante o debate, muitos sábios levantaram diversas teses negando a doutrina por ela defendida. Tal foi a sabedoria e segurança empregadas por Catarina que, em certo momento, os adversários foram obrigados a guardar silêncio, pois nenhum deles sabiam contestar suas perguntas. A vista disso, o imperador ficou terrivelmente enfurecido.
Imperador: (Falando aos sábios).  Não tendes vergonha de terem sido derrotados desta forma por esta menina?
Sábio: Até hoje nunca havíamos (dirigindo-se ao público) perdido um debate. Mas a esta donzela, por quem fala o espírito de Deus, não fomos capazes de derrotar. Agora cabe a vós nos demonstrar se nossos deuses superam ao da jovem, caso contrário, nos converteremos ao cristianismo.
Imperador: Basta! Ainda hoje todos vós, ignorantes e traidores, serão queimados vivos na praça principal.
(Soldado pega o sábio e o leva embora, mas antes ele diz:)
Sábio: Morrerei, mas não em vão. Graças a esta jovem encontrei o verdadeiro Deus e irei a seu encontro.
Narradora: Um grande milagre então sucedeu. Ao serem jogados na fogueira, Após terem feito um sinal da cruz, morreram, porém, seus corpos não foram consumidos pelas chamas.
         O tirano imperador, depois do fato ocorrido, quis falar novamente com a virginal Catarina.
Imperador: Ó virtuosa donzela, em virtude dos fatos, decidi levar-te em meu palácio para que ocupes o cargo de primeira dama e terás todo poder abaixo da imperatriz. Serás como uma deusa...
Santa Catarina: (interrompendo-o) Não pronuncieis semelhantes bobagens. Eu sou consagrada a Cristo e jamais o abandonarei em troca de glórias terrenas.
Imperador: (Furioso, se dirige ao soldado) Joguem-na no calabouço com correntes de ferro e não permitam que se comunique com ninguém nem que receba alimento algum.
Narradora: Catarina foi cruelmente flagelada e foi levada a um escuro calabouço. Enquanto sofria as torturas da masmorra, unidas à fome, o imperador teve que ausentar-se de Alexandria e viajar a outra região por questões urgentes. A imperatriz, que sentia imensa simpatia pela santa prisioneira, secretamente se dirigiu à prisão onde ela se encontrava, acompanhada de uma de suas damas, a que mais confiava. Ficou surpreendida ao ver o ambiente inundado de luz e anjos que acompanhavam e curavam as chagas da jovem Catarina.
Ambas iniciaram uma longa conversa, por onde a Santa expôs a doutrina cristã levando, assim, a imperatriz à conversão. Revelou-lhe, também, que receberia uma coroa superior a imperial, a do martírio.
Enquanto regressavam, a imperatriz disse à dama que não contasse a ninguém o que havia ocorrido naquela noite. A dama, por sua vez, jurou fidelidade.
Cena IV
Dama: (fala consigo mesma) Que ótima fortuna juntei roubando moedas da imperatriz. Ela nem suspeita e continua confiando inteiramente em mim.
Hoje não fiz nada, além de pensar nessa fanática miserável que está atraindo todas as atenções. É uma estúpida com essa carinha de inteligente. É uma lunática, seus dias estão contados.  Mas e a imperatriz... Onde vai terminar essa história de conversão? Ontem ela adotou essa estúpida religião e o imperador não vai gostar nada dessa história...
Cena V
Imperador: Que notícias trazes de Catarina? Está morta?
Dama: Não. Disse-me o carcereiro que está melhor do que nunca. Seria normal que depois de doze dias abandonada à fome estivesse à beira da morte.
Imperador: Não é possível! Alguém a alimentou durante minha ausência. Quem foi o traidor?
Dama: Sinto-me na obrigação de advertir-te sobre a traição. Dói-me profundamente dizer que o traidor está mais próximo do que imaginas. Tenho certeza que foi a... Imperatriz.
Imperador: Chamai a Imperatriz.
(Entra a Imperatriz)
Imperador: Sei que foste tu que alimentaste Catarina durante minha ausência. Mesmo sendo minha esposa sofrerás a pena de alta traição.
Imperatriz: Prometo que a jovem não recebeu nenhum alimento de minhas mãos. Se está até agora com saúde foi porque Deus recompensou sua fidelidade.
Imperador: Como ousas desprezar desta forma a nossos deuses?
Narradora: Cego de ira o imperador obrigou a sua esposa a oferecer sacrifício aos deuses, e como ela se negou mandou decapitá-la, alcançando, assim, a coroa do martírio. 
         O imperador, então, oferece a Catarina o lugar de imperatriz, mas esta mantendo-se fiel nega assumir o cargo. Rangendo os dentes de raiva, manda Catarina ao martírio que consistia em 4 rodas que giravam em altíssima velocidade  com agudíssimos cravos e serras  dentadas. A Santa, percebendo o pavor com que os outros tomariam tal morte, pediu a Deus a destruição do instrumento de tortura, para assim não perderem a coragem de também morrerem em defesa da fé.
Quando as rodas começaram a girar, Deus enviou um anjo que as destruiu de tal maneira que seus destroços, lançados por todos os lados, mataram cerca de quatro mil pagãos que lá estavam para assistir a execução. Diante de tal milagre, o imperador mandou que Catarina fosse decapitada.

Santa Catarina: (de joelhos): Agora posso dizer como São Paulo: Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora receberei a coroa da justiça que o Senhor, justo juiz me tem reservado. À Ele o louvor e a glória para sempre.

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