segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A obediência de Maria em Belém

A obediência de Maria inspirou a concepção do Verbo de Deus; a obediência de Maria presidirá também ao nascimento do Salvador dos homens.
Façamos em espírito uma visita a Belém: Maria e José, vindos para o recenseamento imposto por Augusto, procuram uma casa para abrigar sua pobreza. Por toda parte, as portas se fecham diante deles. Estão no isolamento e no infortúnio. Maria não reclama, pois vê nessa provação a manifestação da vontade divina. Obedece com humildade e Se refugia num estábulo. Ali se completa o grande mistério de amor. Logo Maria envolve em seus trêmulos braços o Verbo de Luz. Como berço, a Providência oferece apenas uma manjedoura; e como vestimentas, a mais absoluta privação. Maria obedece sempre e, sussurrando o “Fiat” da Encarnação, embala seu recém-nascido.
No quadragésimo dia após o nascimento de Jesus, a voz de Deus de novo fala a Maria e A convida a Se purificar no Templo. Mas, como essa lei poderia atingir a Virgem Imaculada, cuja maternidade milagrosa não tinha qualquer resquício da mancha original? Pouco importa! Deus falou, Maria obedece e Se junta às outras mães, para compartilhar a humilhação. “Fiat mihi secundum verbum tuum”.
Ei-La, enfim, na paz de Nazaré. Maria poderá livremente prodigalizar a seu Divino Filho todas as efusões de sua ternura. Infelizmente, não! Aparece novamente o Anjo do Senhor e comunica a ordem de partir para o Egito. Um cruel tirano, Herodes, tramou a morte de Jesus. É o exílio, com suas incertezas e seus perigos. Maria, entretanto, não cessa de obedecer: repetindo seu “Fiat”, Ela aperta a seu coração angustiado o doce Salvador do mundo e foge a toda pressa para a terra do Egito.
L’Ami du Clergé Paroissial”, 1905, pp. 529-530 In Revista Arautos do Evangelho n.53. Maio 2006

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