segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Como enfrentar a morte?

Naturalmente todos nós sentimos um terror diante da morte. Como se explica, então, o fato de tantos mártires caminharem felizes ao encontro dela? O martírio, esse foi o tema abordado com as jovens do Projeto Futuro e Vida. E para exemplificar foi contado e encenado o martírio de Santa Cecília que narraremos a seguir.
Mártir dos primeiros tempos do cristianismo, sua história nos chega com detalhes de difícil comprovação, tornando complicado distinguir o que foi acrescentado ao longo dos séculos, embora o relato de seu martírio conste já em documentos do século IV. Santa Cecília enfrentou os duros tempos de perseguição aos cristãos, sempre tocando sua harpa ou cítara para acompanhar suas melodiosas canções. Era este seu modo de expressar aquele amor de Deus que abrasava sua alma pura e virginal.
Desde muito menina, Cecília via as belezas do universo como símbolo da grandeza de Deus. Alma contemplativa, vendo o nascer ou o pôr-do-sol, as estrelas ou mesmo as variações das estações, mantinha o espírito voltado para Deus e exclamava: “Oh! Quão grande e bom é o Senhor! Quero amá-Lo sempre. Quero amá-Lo, muito!...”
Converteu seu marido e o irmão deste ao cristianismo. Após do martírio dos dois Cecilia avisada, previu que seria ela a próxima vítima da cruel perseguição. Distribuiu todos os seus bens e entregou seu palácio ao Papa, para ser transformado numa igreja. Capturada, deixou seu perseguidor furioso com suas sábias respostas cheias de fé e de amor a Deus, e foi condenada a morrer sufocada pelos vapores das caldeiras do próprio palácio. Depois de um dia e uma noite dentro de um recinto hermeticamente fechado, foi ela encontrada viva, cantando e sorrindo, em meio a um ar fresco.
Decidiu-se, então, que devia morrer decapitada. Mas o carrasco, ao ver aquela jovem que, com a fortaleza de um guerreiro que entra no campo de batalha, oferecia o pescoço com tanto desejo de morrer, vacilou... deu-lhe um golpe, mas não a matou. Depois um segundo e um terceiro golpe, sofrendo Cecília feridas tremendas. A santa caiu, mas a cabeça continuou prodigiosamente unida ao corpo. A lei romana proibia dar um quarto golpe e o carrasco, cheio de espanto, fugiu.
Três dias passou Cecília entre a vida e a morte, sendo afinal encontrada pelos cristãos, que se apressaram em chamar o Sumo Pontífice. Este ainda teve tempo de ministrar-lhe os últimos sacramentos. Para manifestar sua fé na Unidade e Trindade de Deus, Santa Cecília mostrava àqueles que a assistiam o polegar de uma mão e três dedos de outra. Depois inclinando a cabeça, expirou.
O martírio de Santa Cecilia é para nós um modelo de como enfrentarmos o momento de nossa própria morte. Tenhamos esse espírito de confiança e humildade manifestado por Santa Cecília.
Nunca imaginemos que, por sermos cristãos, devotos de Maria Santíssima e praticarmos boas obras, não seremos tentados nem fraquejaremos na última hora. Devemos, sim, pedir a graça de sermos vigilantes sobre nós mesmos, a graça de resistir sempre à tentação quando esta se apresente, compreendendo que o espírito pode estar pronto, mas a carne é fraca.
De modo especial peçamos a Nossa Senhora que nos assista com sua misericórdia no momento de deixarmos este mundo rumo à eternidade. A graça de termos uma boa morte deve ser pedida com toda a insistência, pois não sabemos o que pode nos suceder no derradeiro instante de nossa vida.
Imploremos, pois, essa confiança em Deus e esse auxílio sobrenatural do Céu, único remédio para evitarmos o terror malsão diante da morte.

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