domingo, 3 de novembro de 2013

Simpósio sobre os Sacramentos


Continuando com  as exposições feitas pelo Pe Ricardo Basso, EP durante o simpósio sobre os sacramentos, transcrevemos algumas considerações a respeito da Eucaristia.

TOMAI E COMEI

“Com que ardor deseja Jesus Cristo vir a nós pela santa Comunhão! ”Desejei ardentemente comer esta páscoa convosco antes de sofrer”. Desejei ardentemente, falou ele naquela noite em que instituiu este sacramento de amor. Diz São Lourenço Justiniano: O amor que nos tinha o forçou a falar assim.


Para que facilmente cada um pudesse recebê-lo, quis ficar sob as aparências de pão. Se ele tivesse ficado sob a aparência de algum alimento raro, ou de preço elevado, os pobres ficariam privados dele. Mas não, Jesus quis ficar sob as aparências de pão: custa pouco, em toda parte se encontra, todos poderão achá-lo e recebê-lo em qualquer lugar do mundo.


Para que nos animemos a recebê-lo na Sagrada Comunhão ele nos exorta com muitos convites: “Vinde comer o pão e beber o vinho que vos preparei. Comei, amigos e bebei”, referindo-se à eucaristia. Impõe-nos ainda como preceito: “Tomai e comei: isto é o meu corpo”. Atrai-nos ainda com a promessa do paraíso para que o recebamos: “Quem come a minha carne, tem a vida eterna. Quem come este pão viverá para sempre”. Ameaça-nos com o inferno, com a exclusão do céu, se nos recusarmos a comungar: “se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós”. Estes convites, promessas e ameaças, nascem todos do grande desejo que ele tem de vir a nós neste Sacramento.


Mas por que Jesus Cristo deseja tanto que o recebamos na Sagrada Comunhão? Eis a razão. Diz São Dionísio que o amor sempre aspira e tende à união.


Os amigos, que se amam de coração, querem estar unidos de tal modo que formem uma só pessoa, diz Santo Tomás. Ora, isto fez o imenso amor de Deus para com os homens.Deus não só se dá a eles no reino eterno, mas já neste mundo se deixa possuir pelos homens na união mais íntima possível. Dá-se todo sob as aparências de pão no sacramento da Eucaristia. Ali está como atrás de um muro e dali nos olha como através de apertadas grades: "Ei-lo atrás de nossas paredes, olhando pelas janelas, espreitando pelas grades". Ainda que nós não o vejamos, ele de lá nos observa e lá está realmente presente. Está presente para deixar-se possuir por nós mas se esconde para que o desejemos. Enquanto não chegamos até o paraíso, Jesus Cristo quer dar-se todo a nós e estar intimamente unido conosco.

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