Continuando com as exposições feitas pelo Pe Ricardo Basso, EP durante o simpósio sobre os sacramentos, transcrevemos algumas considerações a respeito da Eucaristia.
TOMAI E
COMEI
“Com que ardor deseja Jesus Cristo
vir a nós pela santa Comunhão! ”Desejei ardentemente comer esta páscoa convosco
antes de sofrer”. Desejei ardentemente, falou ele naquela noite em que
instituiu este sacramento de amor. Diz São Lourenço Justiniano: O amor que nos
tinha o forçou a falar assim.
Para que facilmente cada um
pudesse recebê-lo, quis ficar sob as aparências de pão. Se ele tivesse ficado
sob a aparência de algum alimento raro, ou de preço elevado, os pobres ficariam
privados dele. Mas não, Jesus quis ficar sob as aparências de pão: custa pouco,
em toda parte se encontra, todos poderão achá-lo e recebê-lo em qualquer lugar
do mundo.
Para que nos animemos a recebê-lo
na Sagrada Comunhão ele nos exorta com muitos convites: “Vinde comer o pão e
beber o vinho que vos preparei. Comei, amigos e bebei”, referindo-se à
eucaristia. Impõe-nos ainda como preceito: “Tomai e comei: isto é o meu corpo”.
Atrai-nos ainda com a promessa do paraíso para que o recebamos: “Quem come a
minha carne, tem a vida eterna. Quem come este pão viverá para sempre”.
Ameaça-nos com o inferno, com a exclusão do céu, se nos recusarmos a comungar:
“se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não
tereis a vida em vós”. Estes convites, promessas e ameaças, nascem todos do
grande desejo que ele tem de vir a nós neste Sacramento.
Mas por que Jesus Cristo deseja
tanto que o recebamos na Sagrada Comunhão? Eis a razão. Diz São Dionísio que o
amor sempre aspira e tende à união.
Os amigos, que se amam de coração,
querem estar unidos de tal modo que formem uma só pessoa, diz Santo Tomás. Ora,
isto fez o imenso amor de Deus para com os homens.Deus não só se dá a eles no
reino eterno, mas já neste mundo se deixa possuir pelos homens na união mais
íntima possível. Dá-se todo sob as aparências de pão no sacramento da
Eucaristia. Ali está como atrás de um muro e dali nos olha como através de
apertadas grades: "Ei-lo atrás de nossas paredes, olhando pelas janelas,
espreitando pelas grades". Ainda que nós não o vejamos, ele de lá nos observa e
lá está realmente presente. Está presente para deixar-se possuir por nós mas se
esconde para que o desejemos. Enquanto não chegamos até o paraíso, Jesus Cristo
quer dar-se todo a nós e estar intimamente unido conosco.
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