quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O grão rebelde

Durante uma bênção do Santíssimo Sacramento, o turiferário aproximou-se do sacerdote que tomando a colherinha, retirou da naveta o incenso, colocando-o sobre as brasas do turíbulo. Uma, duas, três vezes, repetiu o mesmo gesto. Na terceira vez, um detalhe atraiu minha atenção: era um incenso formado de grãos pequenos, visíveis do local onde eu me encontrava. Todos os grãozinhos caíram sobre as brasas e logo se transformaram em nuvem de agradável odor. Todos... menos um, que teimou em se deixar ficar na borda do turíbulo.
Tive ímpetos de dizer: “Salte, salte, grãozinho. Jogue-se sobre as brasas! Você não foi feito para ser um insignificante grão de areia. Você foi criado para um grande fim: transformar-se em nuvem odorífica que sobe em direção ao céu, simbolizando a oração perfeita e o louvor do homem agradável a Deus.”
Daí a instantes, um leve movimento do turíbulo: o grão rebelde foi precipitado ao solo e esmagado por um dos participantes da cerimônia. Ele, que fora criado para ser nuvem, estava ali, irreconhecível, misturado ao pó do chão.

Esse grão podia ser comparado a uma alma que não quer entregar-se por inteiro, que não quer sacrificar-se e doar-se a Deus sem reservas, unindo-se a Ele.
(Texto extraído e adaptado da revista Arautos do Evangelho n.13 por Pe Edwaldo Marques)

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