Durante
uma bênção do Santíssimo Sacramento, o turiferário aproximou-se do sacerdote
que tomando a colherinha, retirou da naveta o incenso, colocando-o sobre as
brasas do turíbulo. Uma, duas, três vezes, repetiu o mesmo gesto. Na terceira
vez, um detalhe atraiu minha atenção: era um incenso formado de grãos pequenos,
visíveis do local onde eu me encontrava. Todos os grãozinhos caíram sobre as
brasas e logo se transformaram em nuvem de agradável odor. Todos... menos um,
que teimou em se deixar ficar na borda do turíbulo.
Tive
ímpetos de dizer: “Salte, salte, grãozinho. Jogue-se sobre as brasas! Você não
foi feito para ser um insignificante grão de areia. Você foi criado para um
grande fim: transformar-se em nuvem odorífica que sobe em direção ao céu,
simbolizando a oração perfeita e o louvor do homem agradável a Deus.”
Daí a
instantes, um leve movimento do turíbulo: o grão rebelde foi precipitado ao
solo e esmagado por um dos participantes da cerimônia. Ele, que fora criado
para ser nuvem, estava ali, irreconhecível, misturado ao pó do chão.
Esse
grão podia ser comparado a uma alma que não quer entregar-se por inteiro, que
não quer sacrificar-se e doar-se a Deus sem reservas, unindo-se a Ele.
(Texto extraído e adaptado da revista Arautos do Evangelho n.13 por Pe Edwaldo Marques)
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