sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A alegria da inocência

A inocência é uma forma de aliança com Deus que todas as almas tiveram em sua primeira infância. Encontramos um testemunho eloquente no grande autor Chateaubriand1 que assim descreve a sua primeira confissão e a primeira comunhão:
Chegando à Igreja, prosternei-me diante do santuário e fiquei como que aniquilado. Quando me levantei para ir à sacristia, onde me esperava o superior, meus joelhos tremiam. Eu me lancei aos pés do padre, e mal consegui pronunciar meu Confiteor. «Bem! não se esqueceu de nada?», disse-me o homem de Jesus Cristo. Fiquei mudo. Suas perguntas recomeçaram, e o fatal «não, não meu padre» saiu de minha boca. Ele se recolhe […] e se prepara para dar-me a absolvição.
Um raio que o Céu tivesse lançado sobre mim teria causado menos medo; eu bradei: «Eu não disse tudo!» Esse temível juiz, esse representante do Árbitro soberano, cuja fisionomia inspirava- me tanto medo, torna-se o mais terno pastor; ele me abraça e se derrama em lágrimas: «Vamos, me disse, meu querido filho, coragem!»
Jamais terei um momento igual em minha vida. Se me tivessem tirado de cima de mim o peso de uma montanha, meu alivio não teria sido maior: eu soluçava de felicidade. [...]
O braço [do confessor] não faria mais que baixar sobre minha cabeça o orvalho celeste; inclinei-a para o receber; o que eu sentia participava da felicidade dos anjos. Fui me precipitar no seio de minha mãe que me esperava ao pé do altar. Eu não parecia o mesmo a meus mestres e meus colegas; caminhava de um passo leve, a cabeça alta, o ar radioso, com todo o triunfo do arrependimento. [...]
Este dia [da primeira comunhão] tudo era de Deus e para Deus. Sei perfeitamente o que é a fé: a presença real da vítima no santo sacramento do altar era para mim tão sensível quanto a presença de minha mãe a meu lado. Quando a hóstia foi depositada sobre meus lábios, senti-me todo iluminado por dentro. Eu tremia de respeito, e a única coisa material que me ocupava era o receio de profanar o pão sagrado.
Chateaubriand, René de. Les Memoires d’Outre-Tombe (Librairie Générale Française, 1973, pp. 103-105)

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Pincel de Deus

Deus quer se servir de nós como instrumentos para “pintar” seu rosto divino nas almas de nossos irmãos.
Imaginemos um pincel capaz de ver, pensar, querer e sentir — como o ser humano — e posto na mão de um grande pintor. Vendo surgir pouco a pouco na tela a obra-prima, ele certamente ficaria alegre por sentir-se um instrumento indispensável para a sua realização.
Pois bem, em relação a Deus, todos nós somos como que pincéis postos nas mãos do Divino Pintor, para a execução de sua obra nas almas. Não que sejamos instrumentos necessários — porque Ele pode fazer tudo sem auxílio de pessoa alguma — mas porque, em sua infinita Sabedoria, Ele deseja nossa cooperação.
Às vezes, Deus fala diretamente às almas, de forma irresistível, como a Saulo no caminho de Damasco.
Com frequência, porém, Jesus limita-se a sussurrar no fundo dos corações: “Volte-se para Mim... Veja, a felicidade não está no prazer pecaminoso, mas na prática da virtude! Pense na eternidade... Recorra à minha Mãe, Ela virá em seu auxílio.”
Infelizmente, a imensa maioria dos homens é surda, ou quase tanto, a esses insistentes apelos da graça. Mas Nosso Senhor, assim rejeitado, não desiste. Ele quer pintar em todas as almas a mais excelsa obra-prima que possa existir: o seu próprio rosto divino.
É na execução dessa sublime pintura que entra nosso papel de “pincel de Deus”. A todo momento, Ele solicita a colaboração de cada um de nós para sua grandiosa obra de santificação das almas.
Como podemos responder SIM a esse pedido?
De um modo muito simples, na rotina da vida diária. Em primeiro lugar, rezando, pois nada se faz sem a graça, em matéria de apostolado. Muito importante também é dar o bom exemplo, um dos mais eficazes convites à conversão; dizer, na ocasião certa, uma palavra de estímulo ou de consolo; dar um conselho oportuno; recomendar a leitura de um bom livro ou uma boa revista; convidar para a Missa, ou a recitação do Rosário. Enfim, até mesmo por um simples olhar podemos ser instrumentos úteis e conduzir a Deus, por meio de Nossa Senhora, nossos irmãos na Fé.

Se nos dispusermos a ser pincéis dóceis nas mãos do Divino Pintor, experimentaremos uma das maiores recompensas que se pode ter nesta terra: a alegria de ver a ação da graça purificando e transformando as almas daqueles que são objeto do nosso apostolado. E infinitamente maior será a recompensa que receberemos no Céu, por toda a eternidade!
Pe Francisco Teixeira de Araújo, EP - Revista Arautos do Evangelho n. 27. mar 2004

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A festa da Cátedra de Pedro

A Igreja celebra a festa de São Pedro em dois dias diferentes: em 29 de junho, junto com São Paulo, e em 22 de fevereiro, a Cátedra de Pedro. A antiquíssima origem desta última festa está documentada por sua inclusão num calendário do ano 354 e no Martyrologium Hieronymianum, o mais antigo da Igreja Latina, composto entre 431 e 450. Há também referências a ela em duas homilias do século V.24
Essa longa existência mostra a relevância do símbolo da Cátedra para a vida da Igreja e reforça com o testemunho da Tradição a importância dada ao primado petrino, pelo menos a partir de meados do século IV, pois, segundo explica o Martyrologium Romanum, a Sé de Pedro é “chamada a presidir a comunhão universal da caridade”.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Fim das férias escolares

Mais um fim de semana de animado convívio. Para marcar o término das férias escolares o setor feminino dos Arautos do Evangelho em Joinville convidou os pais e as jovens do Projeto Futuro e Vida para um saboroso churrasco na fazenda Chaparral em Pirabeiraba.
A celebração da Santa Missa pelo Pe Mario Sergio Speche, EP deu início ao programa do dia pois “sem Cristo, nada podemos fazer”. (cf. Jo 15,5) Depois do alimento espiritual, foi servido um delicioso churrasco preparado pelos pais das jovens. Para também poder colaborar, cada  família trouxe algo para partilhar.

Foi apresentado um audiovisual sobre as atividades que os Arautos fizeram ao longo de 2013. Em seguida, houve uma exposição sobre Nossa Senhora de Lourdes mostrando que Nossa Senhora, como Mãe por excelência, está sempre disponível às necessidades dos seus filhos. Para finalizar, foi organizada uma interessante gincana, cujas perguntas foram baseadas nessa exposição e uma competição esportiva entre pais e filhos.

E, assim, terminou o domingo ... com um apetitoso lanche.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O grão rebelde

Durante uma bênção do Santíssimo Sacramento, o turiferário aproximou-se do sacerdote que tomando a colherinha, retirou da naveta o incenso, colocando-o sobre as brasas do turíbulo. Uma, duas, três vezes, repetiu o mesmo gesto. Na terceira vez, um detalhe atraiu minha atenção: era um incenso formado de grãos pequenos, visíveis do local onde eu me encontrava. Todos os grãozinhos caíram sobre as brasas e logo se transformaram em nuvem de agradável odor. Todos... menos um, que teimou em se deixar ficar na borda do turíbulo.
Tive ímpetos de dizer: “Salte, salte, grãozinho. Jogue-se sobre as brasas! Você não foi feito para ser um insignificante grão de areia. Você foi criado para um grande fim: transformar-se em nuvem odorífica que sobe em direção ao céu, simbolizando a oração perfeita e o louvor do homem agradável a Deus.”
Daí a instantes, um leve movimento do turíbulo: o grão rebelde foi precipitado ao solo e esmagado por um dos participantes da cerimônia. Ele, que fora criado para ser nuvem, estava ali, irreconhecível, misturado ao pó do chão.

Esse grão podia ser comparado a uma alma que não quer entregar-se por inteiro, que não quer sacrificar-se e doar-se a Deus sem reservas, unindo-se a Ele.
(Texto extraído e adaptado da revista Arautos do Evangelho n.13 por Pe Edwaldo Marques)

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Pequenos sacrifícios...

Irmã Daniela Ayau Valladares, EP
Havia muitos anos que as Irmãs Marcelinas estavam estabelecidas na pitoresca Chambéry, bela cidade próxima aos Alpes franceses. Devotadas à educação cristã da juventude, davam formação às alunas externas, mas também tinham internato, para aquelas que viviam em lugares mais distantes ou queriam levar uma vida mais regrada.
Seu educandário era famoso em toda a Saboia pela qualidade do ensino, mas, sobretudo, pelo esmero com que as freiras procuravam conduzir as alunas pelas vias da virtude e a afetuosa disciplina com que lhes formavam o caráter.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Viagem a Aparecida

Antes do curso de férias dos Arautos do Evangelho em São Paulo, as jovens do Projeto Futuro e Vida fizeram uma peregrinação ao Santuário mariano de Nossa Senhora de Aparecida desejosas de pedir a proteção de Maria Santíssima e acender uma vela por intenções que lhe foram pedidas.
Por que acender velas aos pés de uma imagem de Nossa Senhora?
As velas ardem até consumirem-se por inteiro simbolizando, assim, a pessoa que durante toda a sua vida se esforça para louvar Maria Santíssima. A vela quando acesa com este intuito torna-se um símbolo material da oração, dos desejos que temos na alma. O mesmo pode-se dizer a respeito da lamparina junto ao Santíssimo Sacramento, e do incenso, bem como de muitas outras coisas.