No alto do Calvário,
o horror e o abandono se instalavam junto à Cruz do Redentor. Num dilúvio de
dores, Jesus havia exclamado o seu “Consummatum est!”. O bom ladrão se
preparava para deixar a Terra. O centurião que ferira o lado de Nosso Senhor,
golpeava-se no peito. Algumas pessoas recolhidas a um canto do Gólgota
choravam.
Porém, a alegria não
desertara de uma alma! A alma mais inconforme com todo aquele horrível
espetáculo de dor, a alma que mais repudiava tanta injustiça, que ao mal mais
odiava, a alma que mais amava o Salvador morto, era também a que mais esperança
e certeza possuía.
“Stabat Mater
dolorosa, juxta crucem lacrimosa”. Junto à Cruz, dolorosa, Maria mantinha-Se
erguida, em toda a força de seu corpo e de sua alma, com os olhos inundados de
lágrimas, mas o coração inundado de luz. Naquele instante tinha a certeza de
que, após a grande tragédia, depois do abandono geral, raiaria a aurora da
Ressurreição. Surgiria a aurora da Santa Igreja Católica Apostólica Romana,
nimbada de glória a partir de Pentecostes. E de cruzes em luzes, de luzes em
cruzes, o mundo chegaria até o momento bendito que em Fátima Ela prenunciou:
“Por fim o meu Imaculado Coração triunfará!”
Plinio
Corrêa de Oliveira – Revista Arautos do Evangelho – abril 2014
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