sexta-feira, 27 de março de 2015

Coração inundado de luz

No alto do Calvário, o horror e o abandono se instalavam junto à Cruz do Redentor. Num dilúvio de dores, Jesus havia exclamado o seu “Consummatum est!”. O bom ladrão se preparava para deixar a Terra. O centurião que ferira o lado de Nosso Senhor, golpeava-se no peito. Algumas pessoas recolhidas a um canto do Gólgota choravam.
Porém, a alegria não desertara de uma alma! A alma mais inconforme com todo aquele horrível espetáculo de dor, a alma que mais repudiava tanta injustiça, que ao mal mais odiava, a alma que mais amava o Salvador morto, era também a que mais esperança e certeza possuía.
Stabat Mater dolorosa, juxta crucem lacrimosa”. Junto à Cruz, dolorosa, Maria mantinha-Se erguida, em toda a força de seu corpo e de sua alma, com os olhos inundados de lágrimas, mas o coração inundado de luz. Naquele instante tinha a certeza de que, após a grande tragédia, depois do abandono geral, raiaria a aurora da Ressurreição. Surgiria a aurora da Santa Igreja Católica Apostólica Romana, nimbada de glória a partir de Pentecostes. E de cruzes em luzes, de luzes em cruzes, o mundo chegaria até o momento bendito que em Fátima Ela prenunciou: “Por fim o meu Imaculado Coração triunfará!”

Plinio Corrêa de Oliveira – Revista Arautos do Evangelho – abril 2014

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